O que faz um designer educacional e como seguir carreira na área

Postado em 10 de jan de 2023
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Por trás dos conteúdos trabalhados em sala de aula e das metodologias utilizadas pelos professores, existe uma série de estudos e processos que buscam tornar a aprendizagem mais eficiente e atraente.

A área responsável por pensar e discutir essas questões é o Design Educacional.

Esse campo do conhecimento se dedica à análise e identificação das necessidades e metas de aprendizagem. Seu objetivo é criar experiências educacionais transformadoras e que permitam a plena absorção do conhecimento.

Cada instituição de ensino e perfil de aluno demanda processos educacionais distintos. É papel do designer educacional mapear essas especificidades e traçar estratégias para garantir um ensino eficaz e qualificado.

Ou seja, o designer educacional é um profissional que pode gerar benefícios importantes para a qualificação e inovação do ensino, seja em cursos livres, graduação, pós-graduação e treinamentos específicos. 

No contexto atual, com o avanço das aulas remotas e dos modelos de ensino híbrido, esse profissional tem se tornado ainda mais requisitado no mercado de trabalho. Já pensou em trabalhar nessa área?

Entenda as possibilidades de carreira na área de Design Educacional a seguir:

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O que é Design Educacional?

Durante a sua vida escolar e acadêmica, é bem possível que você já tenha passado por experiências educacionais não tão positivas.

Você já fez um curso e sentiu que não aprendeu nada? Ou começou os estudos em uma instituição de ensino e percebeu que as metodologias estavam desalinhadas com o seu objetivo? Essas situações são bem mais comuns do que parecem, e elas revelam problemas relacionados ao Design Educacional.

O Design Educacional é uma área do conhecimento que ajuda e orienta os alunos a alcançar os seus objetivos de aprendizagem. Ela é responsável pelo desenho inicial e desenvolvimento de qualquer estrutura educacional dentro de uma instituição.

A principal função de quem realiza essa atividade é criar conteúdos e recursos que ajudem professores a criarem experiências significativas em sala de aula, considerando as especificidades dos estudantes. 

Tanto cursos formais (como graduação e pós-graduação) quanto cursos livres ou treinamentos específicos precisam de um bom trabalho de Design Educacional para serem bem sucedidos.

Já passou o tempo em que um único modelo de ensino era aplicado para todos os perfis de estudantes e instituições.

Atualmente, diversos estudos apontam que o processo educacional não pode mais ser feito de forma genérica e intuitiva. É necessário que ele seja desenvolvido com base em dados sólidos e reais, que expressam as necessidades do seu público-alvo.

Com um bom trabalho de Design Educacional, as escolas e universidades estarão mais bem preparadas para auxiliar os alunos a desenvolver as competências e habilidades essenciais para o seu desenvolvimento.

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A diferença entre Design Educacional e Design Instrucional

Pode haver dúvidas entre o que seria o Design Educacional e o Design Instrucional, porém os dois são termos que podem ser usados como sinônimos. Entretanto, segundo estudiosos, podemos apontar algumas diferenças entre eles.

O Design Instrucional seria uma abordagem com origens mais antigas, voltado ao planejamento de materiais didáticos e preocupado com estratégias de linguagem, métricas e aplicação de objetivos.

Enquanto isso, o Design Educacional seria mais voltado para a interação do material com o estudante, tendo uma visão mais ampla do processo de ensino-aprendizagem e focando em equipes multidisciplinares.

A importância do Design Educacional para o ensino presencial e remoto

Um bom Design Educacional traz diversas vantagens para os processos de aprendizagem, tanto no contexto do ensino presencial quanto remoto.

Abaixo, trazemos alguns dos principais benefícios que demonstram a importância desse trabalho:

Entende as reais necessidades do aluno

O designer educacional produz conteúdos de qualidade para os alunos, personalizando-os de acordo com as necessidades reais deles.

É papel desse profissional proporcionar maneiras do estudante avançar nos conteúdos, garantindo autonomia e selecionando as tecnologias mais acessíveis para cada um deles.

Melhora a retenção de conteúdos

Ao entender as necessidades dos estudantes, o designer educacional também ajuda a melhorar a absorção dos conteúdos.

Um material de boa qualidade, mas com um formato ruim, por exemplo, pode atrapalhar o entendimento e a aprendizagem.

É interessante investir em estratégias que entreguem um conteúdo importante, mas que ao mesmo tempo tenham uma aparência atraente. O designer educacional é o profissional que melhor consegue alinhar esses pontos.

Utiliza recursos tecnológicos de maneira eficiente

De nada adianta contar com os recursos tecnológicos mais caros e inovadores se não há conhecimento para a boa aplicação desses recursos. O designer educacional pode garantir o uso eficiente desses dispositivos, contribuindo para melhorar o processo de aprendizagem.

O que faz um designer educacional?

O designer educacional é o profissional que trabalha com os processos de aprendizagem. Sua responsabilidade é planejar, coordenar e avaliar as estratégias educacionais.

Um exemplo são as aulas online, modalidade cada vez mais presente na rotina das pessoas. Para que essa adaptação aconteça de forma segura, garantindo o aprendizado dos alunos, é preciso de um designer educacional para fazer as conexões necessárias.

Quem trabalha na área de Design Educacional precisa desenhar cursos completos ou fragmentos com grande riqueza de recursos. Isso envolve material impresso, vídeos, ferramentas de LMS (Learning Management System), testes, entre outros formatos.

Esses materiais podem ser utilizados em qualquer modalidade de ensino: online, presencial ou semipresencial. Por isso, esse profissional deve ter habilidades para analisar e identificar as necessidades dos estudantes e o que a instituição de ensino pode oferecer a eles.

A profissão de designer educacional foi oficialmente reconhecida em 2008 e está na lista da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) do Ministério do Trabalho.

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Além do livro didático: as oportunidades na área de Design Educacional

Quando falamos sobre a função de planejar materiais didáticos, é possível que apenas o livro didático apareça na sua cabeça. Porém, o designer educacional vai muito além.

O dia a dia de um profissional da área depende muito do contexto onde ele está inserido. Ou seja, da empresa na qual trabalha.

Em algumas empresas, esse profissional pode ser o responsável pelo processo inteiro, desde a concepção até a produção do material. Porém, em outras, ele pode contar com uma equipe.

Dentre as principais tarefas executadas pelo designer educacional no dia a dia estão:

  • Reuniões com clientes para iniciar ou acompanhar projetos;
  • Redigir, adaptar ou revisar a linguagem utilizada em um material;
  • Criar, formatar e revisar materiais em diferentes mídias;
  • Configurar ambientes virtuais de aprendizagem.

De maneira geral, o trabalho do designer educacional pede por um profissional que seja capaz de fazer análise de necessidades de aprendizagem de maneira sistêmica e técnica.

Assim, ele poderá desenvolver soluções educacionais sob medida para diferentes contextos de ensino e aprendizagem.

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Quanto ganha um designer educacional

Um designer educacional ganha em média, no Brasil, R$ 4.269,96 de acordo com o site Salario.com.br. Esse valor corresponde a uma carga horária de 42 horas semanais.

Na pesquisa, o site levou em consideração 1.137 salários de profissionais que foram admitidos em empresas entre fevereiro de 2022 e janeiro de 2023.

O menor salário ficou em R$ 3.704,15 e o teto salarial, em R$ 9.190,23.

Os níveis macro e micro do Design Educacional

O trabalho do designer educacional pode ter dois níveis, ou seja, dois ambientes onde ele pode atuar.

O primeiro deles é o nível macro, chamado também de high-level design. O segundo é chamado de low-level design e se refere ao trabalho em nível micro.

High-level Design

Este é o nível macro do trabalho do designer educacional. Aqui, ele trabalha de maneira geral um projeto, definindo modalidade, formato e demais características do que será criado.

O foco do trabalho deste nível está em planejar cursos, currículos, capacitações, materiais didáticos, livros e vídeos educativos, por exemplo.

Deste nível sai um documento chamado de projeto institucional.

Low-level Design

Já o low-level design é o trabalho de nível micro, mais específico. Nele, acontece o planejamento de aulas, capítulos de livros, telas, páginas ou unidades de conteúdo.

O foco deste trabalho está na especificação de uma apostila ou material de aprendizagem. 

Modelos de Design Educacional

Atualmente, existem diversos modelos de Design Educacional sendo aplicados nas instituições de ensino.

Para decidir qual modelo aplicar, o designer educacional leva em conta uma série de fatores, como público-alvo, estrutura do curso, objetivos da formação, entre outros.

Abaixo, apresentamos os principais modelos de design educacional da atualidade:

ADDIE

O modelo ADDIE foi desenhado pela Florida State University. Atualmente, é um dos mais utilizados pelos designers educacionais.

Este modelo estabelece cinco fases de estudo e as apresenta de forma simples e concisa. Confira quais são:

  • Etapa 1 - análise (analyze): momento em que é realizado levantamento detalhado de todos os objetivos de aprendizagem, das características do público alvo, dos contextos de treinamento, plataformas que serão utilizadas, conteúdos e formas.
  • Etapa 2 - desenho (design): fase em que são definidos os objetivos de aprendizado que deverão ser trabalhados em prioridade. Para cada objetivo, adota-se uma estratégia distinta.
  • Etapa 3 - desenvolvimento (develop): são desenvolvidos todos os conteúdos e materiais didáticos. É nessa fase que são criadas e estabelecidas as atividades de aprendizado e também os métodos e métricas de avaliação de desempenho.
  • Etapa 4 - implementação (implement): neste momento são estabelecidas quais plataformas serão utilizadas para apresentação do conteúdo.
  • Etapa 5 - avaliação (evaluate): o profissional responsável pelo design educacional acompanha se a construção pensada realmente está atingindo os objetivos pretendidos, validando as métricas e analisando resultados.

Successive Approximation Model (SAM)

Esse modelo é conhecido como um dos mais ágeis de desenho de cursos. Afinal, ele é formado por etapas pequenas, cíclicas e com muita interação. Confira quais são:

  • Preparação
  • Design
  • Desenvolvimento

6Ds

O nome desse modelo se refere às seis fases para criação da experiência educacional. Confira quais são:

  • D1. Definir os resultados do negócio
  • D2. Projetar a experiência completa de aprendizado
  • D3. Direcionar a aplicação
  • D4. Definir a transferência do aprendizado
  • D5. Dar apoio à performance
  • D6. Documentar os resultados

A grande maioria dos designers educacionais define um modelo a seguir e se mantém nele. Com isso, ele aprende cada vez mais sobre o processo de aplicação, se aperfeiçoando e extraindo dele os melhores resultados.

O que é preciso para ser designer educacional

Existem diversos caminhos para trabalhar como designer educacional. Contudo, vale a pena enfatizar que todos passam pelo Ensino Superior.

Normalmente, essa área é voltada para profissionais que já atuam no campo da educação e desejam se aprofundar nesse nicho. Para isso, o ideal é fazer uma pós-graduação em Design Educacional.

O profissional especializado em Design Educacional está apto para aperfeiçoar e modernizar os processos de aprendizagem, fazendo bom uso de tecnologias, conteúdos de apoio, técnicas de acompanhamento do aluno, entre outros recursos didáticos.

A pós-graduação em Design Educacional é para quem já possui um diploma de Ensino Superior e pensa em atualizar seus conhecimentos e currículo.

Se você gosta de se comunicar, é criativo, tem visão analítica e habilidade em gerenciamento de projetos, esse curso é uma excelente opção para a sua carreira.

Onde cursar Design Educacional com reconhecimento do MEC

Como você viu, para se tornar um profissional da área é preciso traçar uma jornada até a pós-graduação.

Escolha uma instituição de ensino reconhecida pelo MEC e que tenha nota máxima na avaliação de qualidade da pasta. Não deixe de considerar aquelas que oferecem bolsas de estudos e benefícios para os ingressantes.

Caso queira nos confiar sua formação, deixe seus dados abaixo!

 

 

Boa sorte na sua jornada!

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Por Redação Blog do EAD

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