Qual o sentido dos termos eurocentrismo e etnocentrismo?

Postado em 27 de jun de 2023
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Quem está se preparando para o Enem precisa saber o que significam os termos eurocentrismo e etnocentrismo. 

Isso porque conhecer esses conceitos é fundamental para acertar questões de Sociologia e História. Mas você sabe o que é cada um? E qual é a diferença entre eles?

Neste artigo, vamos conversar sobre o que é eurocentrismo e etnocentrismo, como eles se relacionam, e onde se diferem, e como aparecem no Enem.

Você vai conferir: 

 

O que significa eurocentrismo? 

O termo eurocentrismo é utilizado para abordar a posição de centralidade e dominação que a Europa tem em relação aos demais territórios. 

As características do eurocentrismo são a dominação pela força e superioridade bélica, imposição de língua e cultura nos territórios dominados e o uso da arquitetura europeia nos países conquistados.  

Os principais exemplos do eurocentrismo são: 

  • Expansão marítima; 
  • Conflitos armados; 
  • Superioridades bélica; 
  • Mortes dos resistentes a dominação; 
  • Conquista de novos territórios; 
  • Arquitetura europeia nos novos países por eles formados; 
  • Imposição da cultura europeia e da língua do dominador. 

Essa predominância da cultura europeia vem mudando graças a ações como a obrigatoriedade do estudo da história geral da África e da história da população negra no Brasil nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio públicos e privados, por exemplo. 

🔵Leia mais: Sociologia no Enem: o que você precisa saber sobre a matéria

O conceito de etnocentrismo 

O conceito de etnocentrismo, termo que surgiu nos estudos antropológicos, é posicionar um determinado grupo étnico como superior aos demais. 

Esse conceito vai muito além da questão de etnia, ele abrange também a questão da língua, da cultura, da religião, e muito mais.   

As principais características do etnocentrismo são: 

  • noções de superioridade; 
  • preconceito; 
  • imposição de religiões e cultos como unicamente aceitos; 
  • intolerância religiosa; 
  • Racismo; 
  • xenofobia.  

Exemplos de etnocentrismo são presenciados no Brasil ainda nos dias de hoje. 

Temos a intolerância às religiões de matriz africana, preconceito contra ritmos musicais vindos de comunidades mais pobres, como o Rap e o Funk, e a xenofobia com pessoas vindas do norte e nordeste do país ou de outros países da América Latina. 

🔵Leia mais: Como a cidadania é experimentada no Brasil [Sociologia no Enem]

A diferença entre eurocentrismo e etnocentrismo 

Como vimos, o eurocentrismo pode ser definido como a visão centralizadora de que os países da Europa são superiores aos demais povos e culturas do planeta. 

Dentro desse entendimento, é como se o mundo tivesse surgido a partir da Europa. 

Por sua vez, o etnocentrismo é um conjunto de atitudes que culmina no julgamento de determinadas condutas e hábitos de um grupo como inferior em comparação a outro grupo. 

E embora tenham um ponto de partida comum, o eurocentrismo e etnocentrismo podem acontecer em ambientes diferentes e com razões diferentes. 

Para o eurocentrismo, países da Europa são superiores aos outros. Já para o etnocentrismo, um grupo é visto como superior ao outro. 

Por exemplo, durante o período de colonização do Brasil, tudo o que vinha da Europa era considerado superior. 

Isso porque a Europa era vista como um mundo civilizado, enquanto o Brasil ainda era selvagem. Isso é um exemplo de eurocentrismo. 

Agora, quando olhamos para uma comunidade indígena e para uma cidade, e deduzimos que a cultura da cidade é melhor do que a da comunidade indígena, estamos tratando do etnocentrismo. 

A principal diferença entre as duas é que o etnocentrismo pode acontecer longe da Europa e dentro de um mesmo país. 

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Como os conceitos de eurocentrismo e etnocentrismo são abordados no Enem 

Visto os conceitos, características e exemplos, você pode estar se perguntando: “certo, mas como eurocentrismo e etnocentrismo cai no Enem?”  

Para sanar essa dúvida, veja abaixo algumas questões que já caíram na prova: 

Questão 1 – Enem 2021 

As canções dos escravos tornaram-se espetáculos em eventos sociais e religiosos organizados pelos senhores e chegaram a ser cantadas e representadas, ao longo do século XIX, de forma estereotipada e depreciativa, pelos blackfaces dos Estados Unidos e Cuba, e pelos teatros de revista do Brasil. As canções escravas, sob a forma de cakewalks ou lundus, despontavam frequentemente no promissor mercado de partituras musicais, nos salões, nos teatros e até mesmo na nascente indústria fonográfica — mas não necessariamente seus protagonistas negros. O mundo do entretenimento e dos empresários musicais atlânticos produziu atraentes diversões dançantes com base em gêneros e ritmos identificados com a população negra das Américas. 

ABREU, M. O legado das canções escravas nos Estados Unidos e no Brasil: diálogos musicais no pós-abolição. Revista Brasileira de História, n. 69, jan.-jun. 2015. 

A absorção de elementos da vivência escrava pela nascente indústria do lazer, como demonstrada no texto, caracteriza-se como 

A) ação afirmativa

B) missão civilizatória

C) Desobediência civil

D) apropriação cultural

E) comportamento xenofóbico

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Questão 2 – Enem 2019 

É amplamente conhecida a grande diversidade gastronômica da espécie humana. Frequentemente, essa diversidade é utilizada para classificações depreciativas. Assim, no início do século, os americanos denominavam os franceses de “comedores de rãs”. Os índios kaapor discriminam os timbiras chamando-os pejorativamente de “comedores de cobra”. E a palavra potiguara pode significar realmente “comedores de camarão”. As pessoas não se chocam apenas porque as outras comem coisas variadas, mas também pela maneira que agem à mesa. Como utilizamos garfos, surpreendemo-nos com o uso dos palitos pelos japoneses e das mãos por certos segmentos de nossa sociedade. 

LARAIA, R. Cultura: um conceito antropológico. São Paulo: Jorge Zahar, 2001 (adaptado). 

O processo de estranhamento citado, com base em um conjunto de representações que grupos ou indivíduos formam sobre outros, tem como causa o(a) 

A) reconhecimento mútuo entre povos

B) etnocentrismo recorrente entre populações

C) comportamento hostil em zonas de conflito

D) constatação de agressividade no estado de natureza

E) transmutação de valores no contexto da modernidade

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Questão 3 – Enem 2021 

Hoje, a indústria cultural assumiu a herança civilizatória da democracia de pioneiros e empresários, que tampouco desenvolvera uma fineza de sentido para os desvios espirituais. Todos são livres para dançar e para se divertir, do mesmo modo que, desde a neutralização histórica da religião, são livres para entrar em qualquer uma das inúmeras seitas. Mas a liberdade de escolha da ideologia, que reflete sempre a coerção econômica, revela-se em todos os setores como a liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa. 

ADORNO, T; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar, 1985. 

A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo com a análise do texto, é um(a) 

A) legado social

B) patrimônio político

C) produto da moralidade

D) conquista da humanidade

E) ilusão da contemporaneidade

🔵Leia mais: A diferença entre cultura erudita e popular [Sociologia no Enem]

Gabarito 

Para saber qual alternativa é a correta, selecione o texto com o mouse, isso revelará a resposta certa. 

  • Questão 1 – Alternativa D 
  • Questão 2 – Alternativa E 
  • Questão 3 – Alternativa E 

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Redação Blog do EAD

Por Redação Blog do EAD

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