Indústria Cultural e Escola de Frankfurt [Sociologia no Enem]

Postado em 8 de mai de 2022
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Você sabe o que são a Indústria Cultural e a Escola de Frankfurt? Estes são temas estudados pela sociologia, mas que, no Enem, podem aparecer também em questões de geografia e história. 

Por isso, neste artigo, vamos conversar sobre o que foi a Escola de Frankfurt, o que é a Indústria Cultural e como esses dois assuntos caem no Enem. 

Você vai conferir: 

 

O que foi a Escola de Frankfurt? 

Na década de 1920, surgiu na Universidade de Frankfurt, na Alemanha, um movimento filosófico e sociológico do qual nasceu a Escola de Frankfurt e, mais tarde, o conceito de Indústria Cultural. 

Liderada por intelectuais como Theodor Adorno, Max Horkheimer e Walter Benjamin, esse movimento buscava fazer uma releitura dos estudos do marxismo e discutir a respeito das estruturas sociais da época. 

O objetivo desses cientistas sociais era estabelecer um novo parâmetro de análise social. 

Isso porque eles acreditavam que as teorias de Marx já não conseguiam mais abarcar todas as mudanças sociais e tecnológicas que o século XX estava vendo e precisava ser revista. 

O movimento iniciado por eles ganhou o nome de Teoria Crítica, se tornando oposição da Teoria Tradicional, e propunha que se fizesse uma crítica do desenvolvimento social a partir de teorias iluministas e do marxismo, mas sem perder os ideais da esquerda. 

Podemos apontar alguns momentos-chave na criação da Escola de Frankfurt a partir da Teoria Crítica. 

Em 1922, Felix Weil reuniu intelectuais marxistas para a Primeira Semana de Trabalho Marxista. O evento resultou na criação do Instituto de Pesquisa Social, subsidiado pelo governo alemão. 

O instituto era vinculado à Universidade de Frankfurt e chamado, na época, de Escola de Frankfurt por seus membros. 

Porém, no ano de 1933, o instituto foi fechado devido aos avanços do Nazismo na Alemanha, fazendo com que a nova sede do Instituto de Pesquisa Social mudasse para Genebra, na Suíça. 

Foi apenas depois do término da Segunda Guerra Mundial, no ano de 1950, que a o instituto voltou à Universidade de Frankfurt e recebeu o nome oficial de Escola de Frankfurt. 

Hoje, podemos dizer que a Escola de Frankfurt é uma vertente da teoria social e filosófica. 

os principais autores da Escola de FrankfurtImagem: os principais autores da Escola de Frankfurt. Fonte: todoestudo.com.br 

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Os principais autores da Escola de Frankfurt 

Podemos dividir os pensadores da Escola de Frankfurt em duas gerações, sendo que existe uma terceira em curso neste momento. 

A primeira geração de autores é formada pelos intelectuais que originaram o pensamento frankfurtiano e a Teoria Crítica. Confira abaixo: 

Além destes, a primeira geração também conta com as contribuições dos teóricos associados ao Instituto de Pesquisa Social, Walter Benjamin e Ernst Bloch. 

Já a segunda geração, conta os seguintes nomes: 

  • Axel Honneth 
  • Albrecht Wellmer 
  • Jürgen Habermas 
  • Oskar Negt 
  • Franz Neuman 
  • Alfred Schmidt. 
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nesta foto de 1964, podemos ver Max Horkheimer (à esquerda) e Theodor Adorno (à direita) apertando as mãos, e Jürgen Habermas (em segundo plano, à direita, mexendo no cabelo)Na imagem: nesta foto de 1964, podemos ver Max Horkheimer (à esquerda) e Theodor Adorno (à direita) apertando as mãos, e Jürgen Habermas (em segundo plano, à direita, mexendo no cabelo). Fonte: Wikipedia. 

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O conceito de Indústria Cultural 

Foi em uma obra escrita por Theodor Adorno e Max Horkheimer que o termo Indústria Cultural surgiu pela primeira vez. 

Intitulado “Dialética do Esclarecimento", o livro de 1947 falava sobre como o sistema político utiliza a produção de bens de cultura (cinema, literatura, música, etc.) como mercadoria a fim de doutrinar e controlar as massas. 

Existem dois aspectos a observarmos sobre o pensamento dos autores na obra: 

  • O de que a cultura seria uma maneira capitalista de dominação; 
  • E o de que os bens culturais estariam sendo produzidos em massa. 

Esses dois aspectos resultam no conceito de Indústria Cultural. 

Um sistema político, sob este olhar, produziria massivamente bens culturais para a população que refletem seus valores sem se preocupar em aflorar nela o pensamento crítico, assim como a arte faz, mas a homogeneização de opiniões. 

A cultura é vendida como mercadoria nesse contexto, não diferenciando o consumo de um livro de um sabonete, por exemplo, como os autores explicitam no livro. 

O resultado seria uma população alienada da realidade e não cidadãos críticos. 

folha de rosto da edição original do livro “Dialética do Esclarecimento” dos autores Theodor Adorno e Max Horkheimer.Na imagem: a edição original do livro “Dialética do Esclarecimento” dos autores Theodor Adorno e Max Horkheimer. Fonte: Wikimedia Commons 

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A Cultura de Massas 

Na obra, Adorno e Horkheimer identificaram que existem dois tipos de culturas autênticas, a cultura erudita e a popular. 

Sendo a cultura erudita um tipo de cultura menos intuitiva, que depende do pensamento crítico e conhecimentos específicos. Enquanto a cultura popular seria mais intuitiva, ampla e tradicional. 

Detalhe importante tanto sobre a cultura erudita quanto sobre a cultura popular é que elas são produzidas pelas pessoas para as pessoas. 

E qualquer movimento cultural fora estes dois, sendo produzido por entidades para o povo, derivaria da Indústria Cultural e seria chamado de Cultura de Massas. 

Ou seja, a cultura de massas não é vista pelos autores como uma expressão autêntica de cultura, mas tendo o objetivo de apelar ao maior número de pessoas possível. 

A cultura de massas focaria, então, mais no incentivo ao consumo e no lucro gerado para os produtores do que no ganho intelectual para o consumidor. 

Confira algumas das características principais da cultura de massas: 

  • Produção massificada de bens culturais (filmes, livros, música, etc.); 
  • Manipulação da opinião do consumidor e sua alienação; 
  • Influência sendo exercida pelos meios de comunicação (rádio, TV, etc.); 
  • Homogeneização da população; 
  • Aspectos culturais vinculados ao sistema capitalista. 
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Questões do Enem sobre Indústria Cultural para praticar 

E agora que você já tem um bom panorama sobre o que são a Indústria Cultural e a Escola de Frankfurt, vamos entender como esses conteúdos aparecem no Enem. 

Abaixo, trouxemos algumas questões que já caíram no Enem e abordam estes assuntos. As respostas, você encontra na conclusão deste artigo. 

Questão 1 – Enem 2016 

Hoje, a indústria cultural assumiu a herança civilizatória da democracia de pioneiros e empresários, que tampouco desenvolvera uma fineza de sentido para os desvios espirituais. Todos são livres para dançar e para se divertir, do mesmo modo que, desde a neutralização histórica da religião, são livres para entrar em qualquer uma das inúmeras seitas. Mas a liberdade de escolha da ideologia, que reflete sempre a coerção econômica, revela-se em todos os setores como a liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa. 

ADORNO, T; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar, 1985. 

A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo com a análise do texto, é um(a): 

A) legado social.
B) patrimônio político.
C) produto da moralidade.
D) conquista da humanidade.
E) ilusão da contemporaneidade.

Questão 2 – Enem 2015 

Falava-se, antes, de autonomia da produção significar que uma empresa, ao assegurar uma produção, buscava também manipular a opinião pela via da publicidade. Nesse caso, o fato gerador do consumo seria a produção. Mas, atualmente, as empresas hegemônicas produzem o consumidor antes mesmo de produzirem os produtos. Um dado essencial do entendimento do consumo é que a produção do consumidor, hoje, precede a produção dos bens e dos serviços. 

SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000 (adaptado). 

O tipo de relação entre produção e consumo discutido no texto pressupõe o(a): 

A) aumento do poder aquisitivo.
B) estímulo à livre concorrência.
C) criação de novas necessidades.
D) formação de grandes estoques.
E) implantação de linhas de montagem.

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Conclusão 

Esperamos que, ao chegar ao final deste artigo, as suas dúvidas sobre o que são a Indústria Cultural e a Escola de Frankfurt tenham sido esclarecidas. 

Agora, confira as respostas das questões acima: 

  • Questão 1 – Alternativa E 
  • Questão 2 – Alternativa C
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Redação Blog do EAD

Por Redação Blog do EAD

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