Como melhorar a interpretação de texto com 7 hábitos simples

Postado em 9 de ago de 2021
Loading...

A interpretação de texto é uma habilidade essencial em várias tarefas do dia a dia. E também é uma das competências mais exigidas nas provas do Enem.  

Quantas vezes você leu e releu uma questão do Enem para se certificar de que realmente entendeu o enunciado? A seguir, você vai conferir alguns hábitos e exercícios que te ajudam a automatizar esse processo.

Acompanhe:

 

O que é interpretação de texto?

A interpretação de texto é a capacidade de uma pessoa compreender o que está escrito em uma mensagem textual, podendo pensar e refletir a partir daquilo que absorveu após a leitura.

Quanto maior for a habilidade de alguém na interpretação de textos, mais facilidade essa pessoa terá em qualquer atividade da vida que tenha relação com leitura.

A interpretação de texto é algo que começa a ser estudado ainda na infância e abrange justamente as situações cotidianas verbais e não-verbais.

O simples fato de atravessar um semáforo quando o sinal está verde e parar diante do vermelho já é uma interpretação, porém não-verbal.

Em contrapartida, quando estamos diante de uma placa de PARE, nos deparamos com interpretação de texto. Neste caso, desde crianças somos instruídos a pararmos quando estamos diante de uma sinalização dessas. Eis um bom exemplo de boa interpretação de texto, por mais que seja uma única palavra.

De maneira mais ampla, interpretar é determinar com precisão o sentido de um texto, é descobrir o significado real de algo.

Descubra quantos cursos de graduação existem no Brasil!

As 3 etapas do processo de interpretação de texto

Existem algumas técnicas que te ajudam a obter o máximo de compreensão sobre um texto sem precisar lê-lo muitas vezes. Sempre que estiver lendo um texto, procure seguir os passos abaixo:

1. Leitura geral

Faça uma primeira leitura do texto com o objetivo de captar sua ideia principal.

Assim que terminar a leitura, caso tenha conseguido compreender sua ideia central, anote em uma folha qual o tema geral e os principais subtemas , ou palavras-chaves, abordados no texto.  

Observação: caso você esteja em uma prova, como o Enem, e o seu tempo esteja curto, avalie se o texto é longo demais e, se for o caso, pule direto para o passo “análise fragmentada”.

2. Análise fragmentada

Agora que você já se familiarizou com o texto, é hora de fazer uma leitura mais objetiva.

Leia novamente o texto, agora focando em um parágrafo de cada vez.

A cada parágrafo, sublinhe as frases que você considera mais importantes. Após a leitura, anote de forma direta e sucinta, com as suas palavras, o que você entendeu desse parágrafo.

Procure desenvolver frases completas e explicativas, não apenas palavras-chaves. Repita essa ação com todos os parágrafos do texto.

3. Resumo final

Depois de concluir a análise de cada parágrafo, leia as suas anotações com atenção e escreva um mini resumo do texto.

Assim, você estará preparado para tentar responder as perguntas de interpretação.

Concluir todas essas etapas é importante para quem está estudando interpretação de texto e considera que precisa melhorar nesta competência. Mas, em situações de prova e de tempo limitado, é possível reduzir esse processo à análise fragmentada dos parágrafos e à leitura final das anotações, partindo em seguida para a resolução da questão.

🔵Leia também: O que significa Linguagem, Códigos e suas Tecnologias no Enem?

7 hábitos para melhorar a interpretação de textos

Embora a interpretação de textos esteja presente o tempo todo em nossa vida, é importante aprimorarmos essa habilidade quando falamos de textos maiores.

É neles que está a maior dificuldade de interpretação, e, na maioria das vezes, quem desenvolve uma maior habilidade de compreensão obtém melhores resultados no vestibular, Enem, faculdade, concursos e até em seleções de emprego que contenham provas escritas.

Confira alguns hábitos que vão ajudar você a melhorar na interpretação de textos:

1. Sublinhe enquanto lê

Analise cada parágrafo lido, sublinhe as frases principais e extraia sua ideia central. De preferência, anote com as suas palavras o que entendeu de cada parágrafo.

2. Traduza a ideia

Após a leitura completa, procure traduzir para suas palavras as ideias defendidas no texto em um resumo.  

3. Leia diariamente

Pode parecer óbvio, mas quanto mais você ler, melhor ficará sua interpretação de textos. Não esqueça que a leitura é um exercício, e à medida em que for mais incorporada à rotina, sua compreensão ficará mais fácil e natural.

Prefira ler textos longos e evite textos fragmentados, como os posts e manchetes que encontramos nas redes sociais. Busque acompanhar artigos de opinião e matérias jornalísticas nos principais jornais do país.

De preferência, reserve um período livre do dia para ler um livro, tendo como meta a leitura de 3 a 5 páginas por dia.

A leitura frequente vai enriquecer seu vocabulário, tornando algumas colocações e palavras mais familiares e de fácil entendimento, tanto no que diz respeito à gramática, quanto à semântica.   

4. Use o dicionário

Você já passou por aquela situação de se deparar com uma palavra desconhecida em meio a um texto? Se sim, o que fez

Caso tenho buscado a resposta no dicionário, você fez a coisa certa. Hoje em dia, na internet, existem versões online de dicionários famosos, como o Michaelis, por exemplo. Outro dicionário bastante completo é o Dicio.

Uma simples busca pela palavra que causou estranheza já vai aumentar seu vocabulário. Desde que a interpretação seja boa, claro!

5. Leia com calma e atenção

Vivemos tempos nos quais a rapidez da informação é regra. Entretanto, para uma leitura adequada e rica em interpretação correta, é necessário que seja feita com calma e atenção.

Se estiver lendo um livro cujo conteúdo cai no vestibular, evite mexer no celular enquanto está se dedicando à essa leitura. O mesmo vale para a TV e outras distrações. Tente focar sua atenção numa coisa de cada vez, especialmente quando está lendo.

Para estas situações, a recomendação é buscar um lugar tranquilo, com o mínimo de barulho possível.

6. Manter-se informado e estudar previamente

Quando se deseja melhorar a interpretação de texto, é importante manter-se informado sobre os acontecimentos do mundo. Além disso, quando o objetivo é passar em alguma prova específica, como o Enem, é preciso estudar previamente os assuntos cobrados no exame.

Esse conhecimento prévio é de extrema importância para, posteriormente, você conseguir compreender termos e palavras específicas abordadas na prova.

7. Escreva seus próprios textos

Tão importante quanto entender é se fazer entender, não é mesmo? Então, que tal expor suas ideias?

Seja num post na rede social, num blog ou até mesmo num bloco de notas, é importante que a pessoa também exercite a escrita. Isso fará com que ela sinta a necessidade de criar argumentos para justificar o que está escrevendo, ampliando o vocabulário. E, de quebra, ainda vai praticar pra redação do Enem e do vestibular.

Desta forma, quando estiver lendo um texto, ao natural acabará se concentrando nos argumentos de quem escreveu, melhorando a compreensão da leitura.

🔵Leia também: O que zera a redação do Enem?

Interpretação de textos para Enem e vestibular

Quem está se preparando para o Enem ou para o vestibular não tem outra maneira de se sair bem na prova se não praticar a leitura diariamente. Por isso, é fundamental interpretar bem os textos, sejam eles de literatura e português, de história e geografia, matemática, química e física.

Isso sem falar na redação, que é indispensável para quem busca a aprovação. Para escrever um bom texto, é importante entender o que diz o enunciado e ter o que escrever sobre o tema proposto.

Quando falamos de redação do Enem, o estudante tem que ter um repertório de ideias e visões de mundo que o permitam uma argumentação consistente e relacionada com o tema proposto. Para isso, é fundamental ter uma rotina de leitura diária, feita com atenção.

Confira algumas dicas para uma boa redação dissertativa:

  • Apresente o seu ponto de vista logo na introdução e depois desenvolva a argumentação a partir do seu conhecimento e opinião sobre o assunto;
  • Apresente dados, fatos históricos ou referências atuais para embasar o desenvolvimento de suas ideias;
  • Crie perguntas a partir do tema proposto. A ideia é que você possa esses questionamentos como ponto de partida para apresentar seus próprios argumentos;
  • Evite opiniões infundadas, sem argumentação. Todo o ponto de vista que você usar numa redação dissertativa precisa ter o porquê de aparecer no texto.

🔵Leia também: Os assuntos de português que mais caem no Enem 

Interpretação de texto em problemas matemáticos

Quem não se lembra dos famosos problemas matemáticos durante a alfabetização?

A ideia de desenvolver raciocínio lógico a partir de números em situações do cotidiano é bastante comum.

Com o passar do tempo, especialmente no ensino médio, esses problemas matemáticos ganham complexidade e, para decifrar as minúcias, é importante entender o que o enunciado da questão pede.

O aluno que não conseguir interpretar adequadamente as informações de uma questão, dificilmente conseguirá resolver o problema quanto estiver diante dos números.

Mesmo alguém que tenha facilidade com os números e não tenha o mesmo desempenho com textos precisa se esforçar para também se sair bem com as palavras.

🔵Leia também: Como interpretar questões de matemática do Enem

Questões do Enem para exercitar a interpretação de texto

Confira uma seleção de questões do Enem que exigiram dos candidatos a interpretação de texto para chegar à resposta correta. Elas foram retiradas do banco de provas do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pela realização do exame.

Enem 2019

Questão 1

De vez em quando, nas redes sociais, a gente se pega compartilhando notícias falsas, fotos modificadas, boatos de todo tipo. O problema é quando a matéria é falsa. E, pior ainda, se é uma matéria falsa que não foi criada por motivos humorísticos ou literários (sim, considero o “jornalismo ficcional” uma interessante forma de literatura), mas para prejudicar a imagem de algum partido ou de algum político, não importa de que posição ou tendência. Inventa-se uma arbitrariedade ou falcatrua, joga-se nas redes sociais e aguarda-se o resultado. Nesse caso, a multiplicação da notícia falsa (que está sempre sujeita a ser denunciada juridicamente como injúria, calúnia ou difamação) se dá em várias direções. Antes de curtir, comentar ou compartilhar, procuro checar as fontes, ir aos links originais.

TAVARES, B. Disponível em: www.cartafundamental.com.br. Acesso em: 20 jan. 2015 (adaptado).

O texto expõe a preocupação de uma leitora de notícias on-line de que o compartilhamento de conteúdos falsos pode ter como consequência a

  1. displicência natural das pessoas que navegam pela internet.
  2. desconstrução das relações entre jornalismo e literatura.
  3. impossibilidade de identificação da origem dos textos.
  4. disseminação de ações criminosas na internet.
  5. obtenção de maior popularidade nas redes.

Questão 2

Eu a conheci da primeira vez em que estive aqui. Parece-me que é esquizofrênica, caso crônico, doente há mais de vinte anos — não estou bem certa. Foi transferida para a Colônia Juliano Moreira e nunca mais a vi. […] À tarde, quando ia lá, pedia-lhe para cantar a ária da Bohème, “Valsa da Musetta”. Dona Georgiana, recortada no meio do pátio, cantava — e era de doer o coração. As dementes, descalças e rasgadas, paravam em surpresa, rindo bonito em silêncio, os rostos transformados. Outras, sentadas no chão úmido, avançavam as faces inundadas de presença — elas que eram tão distantes. Os rostos fulgiam por instantes, irisados e indestrutíveis. Me deixava imóvel, as lágrimas cegando-me. Dona Georgiana cantava: cheia de graça, os olhos azuis sorrindo, aquele passado tão presente, ela que fora, ela que era, se elevando na limpidez das notas, minhas lágrimas descendo caladas, o pátio de mulheres existindo em dor e beleza. A beleza terrífica que Puccini não alcançou: uma mulher descalça, suja, gasta, louca, e as notas saindo-lhe em tragicidade difícil e bela demais — para existir fora de um hospício.

CANÇADO, M. L. Hospício é Deus. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.

O diário da autora, como interna de hospital psiquiátrico, configura um registro singular, fundamentado por uma percepção que

  1. atenua a realidade do sofrimento por meio da música.
  2. redimensiona a essência humana tocada pela sensibilidade.
  3. evidencia os efeitos dos maus-tratos sobre a imagem feminina.
  4. transfigura o cotidiano da internação pelo poder de se emocionar.
  5. aponta para a recuperação da saúde mental graças à atividade artística.

Questão 3

tirinha-enem

No que diz respeito ao uso de recursos expressivos em diferentes linguagens, o cartum produz humor brincando com a:

  1. caracterização da linguagem utilizada em uma esfera de comunicação específica.
  2. deterioração do conhecimento científico na sociedade contemporânea.
  3. impossibilidade de duas cobras conversarem sobre o universo.
  4. dificuldade inerente aos textos produzidos por cientistas.
  5. complexidade da reflexão presente no diálogo.

Questão 4

A mídia divulga à exaustão um padrão corporal determinado, padrão único, branco, jovem, musculoso e, especialmente no caso do corpo feminino, magro. Pesquisas apontam para o fato de que esse padrão de beleza divulgado se aplica apenas de 5 a 8% da população mundial. Especialmente no Brasil, onde a diversidade é uma característica marcante, a mídia no geral acaba por mostrar seu desprezo pela riqueza de tipos, de raças, pela própria mestiçagem, insistindo num padrão único de beleza tanto para mulheres quanto para homens.

MALDONADO, G. A educação física e o adolescente: a imagem corporal e a estética da transformação na mídia impressa. Revista Mackenzie de Educação Física e Esportes, n. 1, 2006 (adaptado).

Em relação aos aspectos do padrão corporal dos brasileiros, compreende-se que esta população:

  1. é caracterizada pela sua rica diversidade.
  2. possui, em sua maioria, mulheres obesas.
  3. está devidamente representada na grande mídia.
  4. tem padrão de beleza idêntico aos demais países.
  5. é composta, na maioria, por pessoas brancas e magras.

Questão 5

10 anos de “hashtag”: a ferramenta que mobiliza a internet

A “hashtag”, ícone das redes sociais, celebrou em 2017 seus primeiros 10 anos de uso no acompanhamento dos grandes eventos mundiais com um efeito de mobilização e expressão de emoção e humor. A palavra-chave precedida pelo símbolo do jogo da velha foi popularizada pelo Twitter antes de ser incorporada por outras redes sociais. A invenção foi de Chris Messina, designer americano especialista em redes sociais. Em 23 de agosto de 2007, o usuário intensivo do Twitter propôs em um tuíte usar o jogo da velha para reagrupar mensagens sobre um mesmo assunto. Ele lançou, então, a primeira “hashtag” #barcamp sobre oficinas participativas dedicadas à inovação na web. O compartilhamento das palavras-chaves — que já são citadas 125 milhões de vezes por dia no mundo — já serviu de trampolim para mobilizações em massa. Alguns slogans que tiveram grande efeito mobilizador foram o #BlackLivesMatter (Vidas negras importam), após a morte de vários cidadãos americanos negros pela polícia, e #OccupyWallStreet (Ocupem Wall Street), referente ao movimento que acampou no coração de Manhattan para denunciar os abusos do capitalismo.

AFP. Disponível em: http://exame.abril.com.br. Acesso em: 24 ago. 2017 (adaptado).

Ao descrever a história e os exemplos de utilização da hashtag, o texto evidencia que:

  1. a incorporação desse recurso expressivo pela sociedade impossibilita a manutenção de seu uso original.
  2. a incorporação desse recurso expressivo pela sociedade o flexibilizou e o potencializou.
  3. a incorporação pela sociedade caracterizou esse recurso expressivo de forma definitiva.
  4. esse recurso expressivo se tornou o principal meio de mobilização social pela internet.
  5. esse recurso expressivo preciso.

ENEM 2018

Questão 6

Texto I

texto-enem

Disponível em: http://revistaiiqb.usac.edu.gt. Acesso em: 25 abr. 2018 (adaptado).

Texto II

Imaginemos um cidadão, residente na periferia de um grande centro urbano, que diariamente acorda às 5h para trabalhar, enfrenta em média 2 horas de transporte público, em geral lotado, para chegar às 8h ao trabalho. Termina o expediente às 17h e chega em casa às 19h para, aí sim, cuidar dos afazeres domésticos, dos filhos etc. Como dizer a essa pessoa que ela deve praticar exercícios, pois é importante para sua saúde? Como ela irá entender a mensagem da importância do exercício físico? A probabilidade de essa pessoa praticar exercícios regularmente é significativamente menor que a de pessoas da classe média/alta que vivem outra realidade. Nesse caso, a abordagem individual do problema tende a fazer com que a pessoa se sinta impotente em não conseguir praticar exercícios e, consequentemente, culpada pelo fato de ser ou estar sedentária.

FERREIRA, M. S. Aptidão física e saúde na educação física escolar: ampliando o enfoque. RBCE, n. 2, jan. 2001 (adaptado).

O segundo texto, que propõe uma reflexão sobre o primeiro acerca do impacto de mudanças no estilo de vida na saúde, apresenta uma visão

  1. medicalizada, que relaciona a prática de exercícios físicos por qualquer indivíduo à promoção da saúde.
  2. ampliada, que considera aspectos sociais intervenientes na prática de exercícios no cotidiano.
  3. crítica, que associa a interferência das tarefas da casa ao sedentarismo do indivíduo.
  4. focalizada, que atribui ao indivíduo a responsabilidade pela prevenção de doenças.
  5. geracional, que preconiza a representação do culto à jovialidade.

Questão 7

Vó Clarissa deixou cair os talheres no prato, fazendo a porcelana estalar. Joaquim, meu primo, continuava com o queixo suspenso, batendo com o garfo nos lábios, esperando a resposta. Beatriz ecoou a palavra como pergunta, “o que é lésbica?”. Eu fiquei muda. Joaquim sabia sobre mim e me entregaria para a vó e, mais tarde, para toda a família. Senti um calor letal subir pelo meu pescoço e me doer atrás das orelhas. Previ a cena: vó, a senhora é lésbica? Porque a Joana é. A vergonha estava na minha cara e me denunciava antes mesmo da delação. Apertei os olhos e contraí o peito, esperando o tiro. […] […] Pensei na naturalidade com que Taís e eu levávamos a nossa história. Pensei na minha insegurança de contar isso à minha família, pensei em todos os colegas e professores que já sabiam, fechei os olhos e vi a boca da minha vó e a boca da tia Carolina se tocando, apesar de todos os impedimentos. Eu quis saber mais, eu quis saber tudo, mas não consegui perguntar.

POLESSO, N. B. Vó, a senhora é lésbica? Amora. Porto Alegre: Não Editora, 2015 (fragmento)

A situação narrada revela uma tensão fundamentada na perspectiva do

  1. conflito com os interesses de poder.
  2. silêncio em nome do equilíbrio familiar.
  3. medo instaurado pelas ameaças de punição.
  4. choque imposto pela distância entre as gerações.
  5. apego aos protocolos de conduta segundo os gêneros.

Questão 8

O trabalho não era penoso: colar rótulos, meter vidros em caixa, etiquetá-las, selá-las, envolvê-las em papel celofane, branco, verde, azul, conforme o produto, separá-las em dúzias… Era fastidioso. Para passar mais rapidamente as oito horas havia o remédio: conversar. Era proibido, mas quem ia atrás de proibições? O patrão vinha? Vinha o encarregado do serviço? Calavam o bico, aplicavam-se ao trabalho. Mal viravam as costas, voltavam a taramelar. As mãos não paravam, as línguas não paravam. Nessas conversas intermináveis, de linguagem solta e assuntos crus, Leniza se completou.  Isabela, Afonsina, Idália, Jurete, Deolinda – foram mestras. O mundo acabou de se desvendar. Leniza perdeu o tom ingênuo que ainda podia ter. Ganhou um jogar de corpo que convida, um quebrar de olhos que promete tudo, à toda, gratuitamente. Ficou mais quente. A própria inteligência se transformou. Tornou-se mais aguda, mais trepidante.

REBELO, M. A estrela sobe. Rio de Janeiro. José Olympio, 2009.

O romance, de 1939, traz à cena tipos e situações que espelham o Rio de Janeiro daquela década. No fragmento, o narrador delineia esse contexto centrado no

  1. julgamento da mulher fora do espaço doméstico.
  2. relato sobre as condições de trabalho no Estado Novo.
  3. destaque a grupos populares na condição de protagonistas.
  4. processo de inclusão do palavrão nos hábitos de linguagem.
  5. vínculo entre as transformações urbanas e os papéis femininos.

Questão 9

“Acuenda o Pajubá”: conheça o “dialeto secreto” utilizado por gays e travestis.

Com origem no iorubá, linguagem foi adotada por travestis e ganhou a comunidade “Nhaí, amapô! Não faça a loka e pague meu acué, deixe de equê se não eu puxo teu picumã!” Entendeu as palavras dessa frase? Se sim, é porque você manja alguma coisa de pajubá, o “dialeto secreto” dos gays e travestis. Adepto do uso das expressões, mesmo nos ambientes mais formais, um advogado afirma: “É claro que eu não vou falar durante uma audiência ou numa reunião, mas na firma, com meus colegas de trabalho, eu falo de ‘acué’ o tempo inteiro”, brinca. “A gente tem que ter cuidado de falar outras palavras porque hoje o pessoal já entende, né? Tá na internet, tem até dicionário…”,  comenta. O dicionário a que ele se refere é o Aurélia, a dicionária da Ungua afíada, lançado no ano de 2006 e escrito pelo jornalista Angelo Vip e por Fred Libi. Na obra, há mais de 1 300 verbetes revelando o significado das palavras do pajubá. Não se sabe ao certo quando essa linguagem surgiu, mas sabe-se que há  claramente uma relação entre o pajubá e a cultura africana, numa costura iniciada ainda na época do Brasil colonial.

Disponível em: www.midiamax.com.br. Acesso em: 4 abr. 2017 (adaptado)

Da perspectiva do usuário, o pajubá ganha status de dialeto, caracterizando-se como elemento de patrimônio linguístico, especialmente por  

  1. ter mais de mil palavras conhecidas.
  2. ter palavras diferentes de uma linguagem secreta.
  3. ser consolidado por objetos formais de registro.
  4. ser utilizado por advogados em situações formais.
  5. ser comum em conversas no ambiente de trabalho.

Questão 10

texto-enem-2

Disponível em: www.facebook.com/omeusegredinho.Acesso em: 9 dez. 2017 (adaptado)

Essa imagem ilustra a reação dos celíacos (pessoas sensíveis ao glúten) ao ler rótulos de alimentos sem glúten. Essas reações indicam que, em geral, os rótulos desses produtos

  1. trazem informações explícitas sobre a presença do glúten.
  2. oferecem várias opções de sabor para esses consumidores.
  3. classificam o produto como adequado para o consumidor celíaco.
  4. influenciam o consumo de alimentos especiais para esses consumidores.
  5. variam na forma de apresentação de informações relevantes para esse público.

✅Gabarito

  • Questão 1 – Alternativa D
  • Questão 2 – Alternativa B
  • Questão 3 – Alternativa A
  • Questão 4 – Alternativa A
  • Questão 5 – Alternativa B
  • Questão 6 – Alternativa B
  • Questão 7 – Alternativa B
  • Questão 8 – Alternativa E
  • Questão 9 – Alternativa C
  • Questão 10 – Alternativa E

Como escolher uma faculdade EAD

Conclusão

Interpretação de texto é algo indispensável em nossas vidas, e precisa ser praticada diariamente.

Pessoas que desenvolvem essa habilidade se saem melhor nos estudos, nos negócios e na vida, de maneira geral.

Lembre-se de que o hábito da leitura é uma das melhores formas de desenvolver essa habilidade. Por isso te convidamos a acompanhar o Blog do EAD! Aqui você vai encontrar artigos que vão te ajudar a melhorar a interpretação de texto e ainda a se preparar para as provas do Enem e do vestibular.

Leia também
Redação Blog do EAD

Por Redação Blog do EAD

Gostou deste conteúdo? Compartilhe com seus amigos!