O que escrever em uma redação sobre depressão + Exemplos nota 1000

Postado em 30 de nov de 2021
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A saúde mental é um tema cada vez mais discutido na sociedade e ganhou ainda mais espaço durante e após os períodos de isolamento social da pandemia.

Sendo um tema muito pertinente para o momento, sempre existe a chance do tema da redação estar relacionado com a saúde mental de alguma maneira.

Por isso, que tal se preparar para escrever uma redação sobre depressão, saúde mental ou outro tema relacionado com esse eixo temático?

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A importância do repertório sociocultural na redação do Enem

Um dos principais pontos para uma redação bem escrita é o candidato conseguir mostrar ao avaliador que tem repertório sociocultural para escrever sobre aquele tema e propor soluções para o problema.

De maneira geral, não existe apenas uma maneira de demonstrar esse repertório, já que ele pode estar presente em todas as partes da redação (introdução, desenvolvimento e conclusão).

Algumas maneiras de demonstrar esse repertório sociocultural é relacionar o tema com acontecimentos da sociedade, livros, filmes, séries ou qualquer outro conteúdo que tenha pertinência dentro do tema.

Lembre-se de sempre tomar cuidado para não tangenciar o tema, ou seja, falar sobre ele, mas sem se aprofundar nem sugerir uma proposta de solução específica.

Em alguns casos, a redação pode ser até mesmo zerada.

Na hora de escolher uma citação ou dado, fazer uma comparação ou adicionar qualquer informação externa (que não está nos textos motivadores), lembre-se que essa informação precisa ser real, pertinente e trazer uma reflexão a ser desdobrada no texto.

No caso da redação sobre depressão, é possível encontrar referências em filmes, documentários e séries, em livros e em notícias.

Mantenha-se sempre informado e inteirado dos assuntos em alta para realmente criar esse repertório.

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Estude o eixo temático da saúde

A redação do Enem sempre traz assuntos pertinentes à sociedade naquele momento, sendo que cada um deles está incluso em algum eixo temático de estudo, como cultura, sociedade, cidadania e, nesse caso, saúde.

O eixo temático de saúde é um dos mais importantes, pois se relaciona com diferentes pontos da sociedade.

Por exemplo, em uma redação sobre depressão, é preciso entender que uma doença consegue influenciar todo o comportamento de uma sociedade, assim como o rendimento médio da população, entre outros pontos.

Por isso, para escrever sobre qualquer tema como esse, é imprescindível estudar o eixo temático de saúde e saber relacionar seus temas com outros tópicos da sociedade.

Além disso, é preciso ler os textos motivadores com atenção, interpretando suas informações.

Na redação sobre depressão, é importante entender sua definição, as principais características e como a saúde pública é afetada com ela.

🔵Leia também: Pontuação do Enem: quanto precisa alcançar para entrar na faculdade?

Saiba mais sobre a depressão

A depressão é considerada um transtorno mental causado por uma disfunção de neurotransmissores e hormônios do cérebro, que dificultam a produção e o uso de serotonina e outras substâncias químicas que dão a sensação de prazer.

Sem esse funcionamento acontecendo de maneira correta, aumentam-se as chances de uma pessoa desenvolver estado de apatia, tristeza recorrente, falta de motivação, falta de apetite, entre outros sintomas como esses.

As causas da depressão variam, sendo possível surgir tanto por essa disfunção no funcionamento do cérebro quanto por motivos externos, que acabam afetando a saúde emocional e desencadeando uma dificuldade do cérebro a voltar à sua condição anterior.

Vale lembrar que a depressão não é passageira como a tristeza e, sim, persistente, sendo esse um dos principais sinais de que a pessoa realmente não está “apenas” triste, mas que precisa de ajuda profissional.

Fazer essa diferenciação pode ser pertinente para a sua redação.

🔵Leia também: Como é a correção da redação do Enem? E quem são os corretores?

Pesquisas sobre depressão que você pode citar na redação

Como vimos, uma das maneiras de demonstrar um repertório sociocultural na redação do Enem é acrescentar informações que vão além dos textos motivadores. Por isso, a importância de se manter sempre informado e interessado pelos assuntos em alta.

Separamos 3 notícias que podem ajudar você a escrever uma redação sobre depressão. 

Brasileiro demora 39 meses para procurar ajuda para depressão

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos mostrou que o brasileiro é um dos povos que mais demora a pedir ajuda em casos de depressão.

Em média, foram 39 meses, ou seja, 3 anos e 3 meses, para que as pessoas tomassem a decisão de pedir ajuda.

Segundo os dados, as principais razões para essa demora são falta de consciência de se tratar de uma doença (18%), por resistência à terapia (13%) e medo do julgamento, da reação dos outros ou vergonha (13%). 

Na América Latina, Brasil é o país com maior prevalência de depressão

Outra pesquisa que mostrou números referentes à quantidade de pessoas que sofrem com a doença foi feita pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS), que afirmou que, na América Latina, o Brasil é o com maior prevalência da doença.

Além do alto número de pessoas acometidas pela doença e a resistência de buscar tratamento (como vimos na pesquisa anterior), a depressão também é indicada como uma das principais causas de incapacidade, tanto no Brasil quanto no mundo.

Nesse sentido, torna-se não apenas uma questão de saúde pública, mas também de sociedade e mercado, pois é possível relacionar as questões de saúde com a produtividade e o rendimento de um país.

Brasil vive “pandemia” na saúde mental

Dados do Datasus e da OMS mostram que a questão da saúde mental é uma das mais sérias atualmente no Brasil.

Além da depressão, os transtornos de ansiedade também estão cada vez mais comuns, isso sem falar nos casos em que estão “combinados”.

Com dados tão alarmantes (Brasil com o maior índice de ansiosos do mundo), muito se fala sobre uma “pandemia” de saúde mental que acomete a população, mas que não é tão discutida, principalmente pelo tabu envolvido nessa questão.

Na hora de acrescentar informações na sua redação, lembre-se de relacioná-la com alguma proposta de intervenção, para fazer seu desenvolvimento.

Falar sobre o tabu sobre o tema e como a questão se relaciona com a saúde pública são algumas ideias.

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Exemplos de redações do Enem nota 1000 que abordaram a depressão

Agora que você já sabe como fazer uma redação sobre depressão no Enem, veja alguns exemplos de redações nota 1000 que já abordaram a saúde mental para se inspirar e entender melhor a estrutura do texto:

Redação 1

"No filme estadunidense “Coringa”, o personagem principal, Arthur Fleck, sofre de um transtorno mental que o faz ter episódios de riso exagerado e descontrolado em público, motivo pelo qual é frequentemente atacado nas ruas. Em consonância com a realidade de Arthur, está a de muitos cidadãos, já que o estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira ainda configura um desafio a ser sanado. Isso ocorre, seja pela negligência governamental nesse âmbito, seja pela discriminação desta classe por parcela da população verde-amarela. Dessa maneira, é imperioso que essa chaga social seja resolvida, a fim de que o longa norte-americano não mais reflita o contexto atual da nação.

Nessa perspectiva, acerca da lógica referente aos transtornos da mente, é válido retomar o aspecto supracitado quanto à omissão estatal neste caso. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil é o país que apresenta o maior número de casos de depressão da América Latina e, mesmo diante desse cenário alarmante, os tratamentos às doenças mentais, quando oferecidos, não são, na maioria das vezes, eficazes. Isso acontece pela falta de investimento público em centros especializados no cuidado para com essas condições. Consequentemente, muitos portadores, sobretudo aqueles de menor renda, não são devidamente tratados, contribuindo para sua progressiva marginalização perante o corpo social. Este quadro de inoperância das esferas de poder exemplifica a teoria das Instituições Zumbis, do sociólogo Zygmunt Bauman, que as descreve como presentes na sociedade, mas que não cumprem seu papel com eficácia. Desse modo, é imprescindível que, para a refutação da teoria do estudioso polonês, essa problemática seja revertida.

Paralelamente ao descaso das esferas governamentais nessa questão, é fundamental o debate acerca da aversão de parte dos civis ao grupo em pauta, uma vez que ambos são impasses para sua completa socialização. Esse preconceito se dá pelos errôneos ideais de felicidade disseminados na sociedade como metas universais. Entretanto, essas concepções segregam os indivíduos entre os “fortes” e os “fracos”, em que tais fracos, geralmente, integram a classe em discussão, dado que não atingem essas metas estabelecidas, como a estabilidade emocional. Por conseguinte, aqueles que não alcançam os objetivos são estigmatizados e excluídos do tecido social. Tal conjuntura segregacionista - os que possuem algum tipo de transtorno, nesse caso -- na teia social. Dessa maneira, essa problemática urge ser solucionada para que o princípio da alemã seja validado no país tupiniquim.

Portanto, são essenciais medidas operantes para a reversão do estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira. Para isso, compete ao Ministério da Saúde investir na melhora da qualidade dos tratamentos a essas doenças nos centros públicos especializados de cuidados, destinando mais medicamentos e contratando, por concursos, mais profissionais da área, como psiquiatras e enfermeiros. Isso deve ser feito por meio de recursos autorizados pelo Tribunal de Contas da União - órgão que opera feitos públicos - com o fito de potencializar o atendimento a esses pacientes e oferecê-los um tratamento eficaz. Ademais, palestras devem ser realizadas em espaços públicos sobre os malefícios das falsas concepções de prazer e da importância do acolhimento dos vulneráveis. Assim, os ideais inalcançáveis não mais serão instrumentos segregadores e, finalmente, a cotação de Fleck não mais representará a dos brasileiros."

Redação 2

A obra cinematográfica brasileira “Nise: O Coração da Loucura” retrata a luta de Nise da Silveira pela redução dos estigmas nas alas psiquiátricas e nas formas de tratamento enfrentadas por pacientes com enfermidades mentais, na medida em que desumanizavam estes. Nesse contexto, é evidente a perpetuação do preconceito em relação às doenças psíquicas, pois são, em sua maioria, menosprezadas e omitidas no cenário moderno do Brasil. Assim, faz-se necessário investir em educação voltada à questão da saúde mental, bem como romper com paradigmas da forma de vida contemporânea.

A princípio, sob a óptica do filósofo grego Aristóteles, a educação é um caminho fundamental para a formação da vida pública, à proporção que coopera para o bem-estar da cidade. Diante dessa perspectiva, a manutenção da estrutura deficitária da propagação de conteúdo de saúde mental, na sociedade brasileira, agrava o desenvolvimento de doenças psíquicas, visto que retira do cidadão o acesso ao conhecimento. Portanto, a não ministração de aulas e de eventos os quais abordem sobre essa temática promove, lamentavelmente, a disseminação de tabus falaciosos e a redução da busca por tratamento adequado - ao passo que o crescimento das enfermidades é avassalador.

Além disso, o modo de vida extremamente exaustivo atual é catalisador da problemática, uma vez que nega o cultivo das práticas do autocuidado em prol do máximo rendimento. De maneira análoga, de acordo com Byung-Chul Han, filósofo sul-coreano, em seu ensaio “Sociedade do cansaço”, vive-se a insana procura do ser humano pela alta produtividade em quaisquer meios, mesmo que retire dele os prazeres e a sanidade física e mental. Destarte, há a banalização do aspecto psíquico, porquanto é visto como desnecessário na vivência hodierna e, por conseguinte, a ansiedade e a depressão são absurdamente neutralizadas em razão das poucas políticas públicas incentivadoras e conscientizadoras.

Logo, cabe ao Ministério da Educação o investimento em aulas específicas sobre a saúde mental, por meio de Planos Nacionais da Educação e de eventos tanto escolares quanto ao grande público, haja vista a importância do máximo alcance possível, com a ministração de psicólogos e psiquiatras, a fim de garantir a visão aristotélica e de romper com os tabus preconceituosos. Ademais, o Estado deve promover políticas públicas de incentivo ao autocuidado, a exemplo de espaços destinados ao convívio humano e ao bem-estar, com o fito de quebrar com os paradigmas vivenciados por Nise da Silveira.

Deu para se inspirar?

🔵Leia também: Espelho da redação do Enem: o que é, como consultar e o que é avaliado

Outros temas que se relacionam com a sociedade e que têm grandes chances de serem cobrados são:

Agora que você já sabe escrever uma redação sobre depressão para o Enem, é só estudar muito e se preparar para entrar na faculdade no próximo ano!

Redação Blog do EAD

Por Redação Blog do EAD

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