Os 7 tipos de ideologia mais cobrados no Enem

Postado em 29 de jun de 2023
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Ideologia é um termo que vem sendo muito discutido na atualidade. Contudo, a grande maioria das pessoas ainda não compreende de forma plena esse conceito, especialmente pelo viés da sociologia. 

No campo de estudos sociológicos, é possível elencar 7 tipos de ideologia. Elas nos ajudam a compreender as visões de mundo que atravessam a história da humanidade. 

Esse conceito costuma ser cobrado na prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), sendo um conteúdo importante para quem está se preparando para o exame. 

A seguir, falamos mais sobre o assunto e apresentamos os 8 tipos de ideologia estudados pela sociologia.

Aqui você vai conferir:

 

O que é uma ideologia para a sociologia 

De forma simplificada, podemos dizer que ideologia é um conjunto de ideias. São convicções, princípios filosóficos, sociais e/ou políticos que caracterizam o pensamento de um indivíduo, grupo, movimento, época ou sociedade.

Uma ideologia expressa uma determinada visão de mundo, estabelecendo valores a serem seguidos e objetivos definidos para a sociedade. 

O termo foi cunhado pela primeira vez pelo filósofo francês Destutt de Tracy, no final do século XVIII, em seu livro Fundamentos da Ideologia.

Para o autor, ideologia é a ciência das ideias, aqui consideradas num sentido amplo, de estados de consciência, de percepções sobre si e o ambiente. 

Nesse sentido, as ideias seriam fenômenos naturais resultantes da interação entre o ser vivo e a natureza.

Ou seja, as ideologias que surgem ao longo da história da humanidade são resultado de uma série de interações do homem com seus pares e com o meio que o cerca. 

A seguir, apresentamos as principais ideologias estudadas pela sociologia. Confira!

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Os principais tipos de ideologia

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Abaixo, estão listados os principais tipos de ideologias socioeconômicas que marcaram a história da humanidade, bem como suas características. Confira:

Ideologia democrática 

Os princípios básicos da ideologia democrática são o bem-estar social, a igualdade de oportunidades para os cidadãos e a redução das desigualdades sociais.

É uma ideologia antiga, que remete aos estudos sobre democracia da Grécia Antiga.

Os objetivos fundamentais da ideologia democrática são:

  • Desenvolver políticas públicas que garantam direitos sociais para a sociedade;
  • Propor uma intervenção e regulamentação estatal;
  • Garantir direitos básicos para toda a população — uma das funções primordiais do Estado;
  • Assegurar a participação política dos cidadãos nas decisões do Estado.
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Ideologia liberal clássica e neoliberal

A ideologia liberal nasceu dos escritos do filósofo John Locke. Contudo, ela só ganhou relevância a partir do século XVIII, depois que o filósofo e economista Adam Smith passou a defendê-la.

Atualmente, é possível identificar duas vertentes do liberalismo: a clássica e a neoliberal.

As principais características da ideologia liberal clássica são:

  • Defesa dos direitos, liberdade e individualidade de cada pessoa;
  • Crença de que o Estado precisa ter menos controle sobre o indivíduo;
  • A livre concorrência, o livre comércio e a liberdade de escolha são os três princípios básicos de uma sociedade livre e feliz e a chave para o progresso;
  • Rejeição da ideia de controle total do Estado ou mesmo de controle excessivo do Estado sobre o indivíduo.

A pintura Liberdade guiando o povo — de Eugène Delacroix — ,representando a Revolução Francesa, é um dos principais símbolos do período em que a ideologia liberal clássica passou a ser adotada e defendida.

Mas e o neoliberalismo? Essa vertente surgiu após o processo de globalização.

Essa ideologia surgiu durante a crise do petróleo, em 1973, através das ideias do economista Milton Friedman.

Assim como o liberalismo clássico, essa nova versão da ideologia também acredita que o Estado deve ter a menor interferência possível no mercado de trabalho e na vida dos indivíduos.

É conhecida por defender a privatização de empresas estatais e defender os princípios econômicos do capitalismo.

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Ideologia capitalista 

A grande preocupação da ideologia capitalista são as questões econômicas da sociedade, principalmente em relação à possibilidade de acúmulo de riqueza (bens e capitais) e à propriedade privada dos meios de produção.

Confira os principais valores dessa ideologia:

  • Pouca intervenção do Estado na regulamentação da economia;
  • Obtenção de lucro como objetivo central;
  • Acúmulo de riquezas pelos proprietários dos meios de produção;
  • Garantia do direito de exploração da propriedade privada;
  • Existência de trabalho assalariado, que é a troca da força de trabalho por uma remuneração;
  • Divisão da sociedade em classes sociais.
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Ideologia comunista 

A ideologia comunista é baseada nos conceitos do Marxismo, elaborado por Karl Marx e Friedrich Engels

As principais ideias defendidas pela ideologia foram expostas no Manifesto Comunista, publicado em 1848.

São ideias da ideologia comunista:

  • Existência de uma sociedade sem divisão em classes sociais;
  • Condição de igualdade entre os cidadãos;
  • Propriedade coletiva dos meios de produção;
  • Fim do capitalismo como meio para acabar com a desigualdade social;
  • Produção coletiva distribuída entre os membros da sociedade, de acordo com suas necessidades,
  • Sociedade sem governo (Estado) que exerça controle sobre seu funcionamento.
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Ideologia anarquista 

A ideologia anarquista tem como principal objetivo limitar a influência do Estado sobre a sociedade. 

Essa ideologia não deseja que o Estado deixe de existir completamente, mas defende o fim das relações hierárquicas e do poder de controle sobre os cidadãos.

Ou seja, o anarquismo acredita que a sociedade não deve ser organizada sob nenhum tipo de controle — seja ele político, social, econômico, religioso, etc. Confira as principais ideias:

  • Autonomia de decisão para os cidadãos;
  • Fim da propriedade privada;
  • Educação pautada no pensamento crítico;
  • Existência de um Estado autogerido, sem hierarquias e com igualdade social;
  • Incentivo ao senso de coletividade e responsabilidade compartilhada;
  • Existência de propriedades coletivas.
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Ideologia fascista 

A ideologia fascista é baseada em um formato de governo autoritário, repressor e contrário às liberdades individuais.

O fascismo surgiu na Europa, em 1919, como um movimento político criado pelo italiano Benito Mussolini.

As principais características da ideologia fascista são as seguintes:

  • Exaltação do nacionalismo;
  • Preocupação exacerbada com a defesa da Segurança Nacional;
  • Forte presença do militarismo;
  • Uso de preceitos religiosos para manipulação dos cidadãos,
  • Políticas expansionistas,
  • Perseguição aos opositores do governo;
  • Censura à liberdade de opinião e à mídia;
  • Pouco cuidado/zelo com a proteção dos direitos humanos.

Ideologia nacionalista 

A ideologia nacionalista é conhecida pela grande valorização do Estado em detrimento de outras questões. 

Ou seja, o nacionalismo valoriza o Estado acima de tudo, colocando os interesses nacionais como prioridade.

As principais ideias da ideologia nacionalista são:

  • Valorização extrema de características nacionais, como história, símbolos, hino, bandeira, etc;
  • Manutenção de tradições do país;
  • Preocupação em preservar a cultura e a língua materna;
  • Sobreposição dos interesses do país em relação aos interesses dos cidadãos;
  • Zelo com as fronteiras do país.

Questões de Sociologia do Enem para praticar 

Agora que você conhece mais sobre o conceito de ideologia e seus principais tipos, vamos praticar?

Confira abaixo uma lista de questões do Enem que abordam o assunto:

1 - (Enem/2017) O conceito de democracia, no pensamento de Habermas, é construído a partir de uma dimensão procedimental, calcada no discurso e na deliberação. A legitimidade democrática exige que o processo de tomada de decisões políticas ocorra a partir de uma ampla discussão pública, para somente então decidir. Assim, o caráter deliberativo corresponde a um processo coletivo de ponderação e análise, permeado pelo discurso, que antecede a decisão.

VITALE, D. Jürgen Habermas, modernidade e democracia deliberativa. Cadernos do CRH (UFBA), v. 19, 2006 (adaptado).

O conceito de democracia proposto por Jürgen Habermas pode favorecer processos de inclusão social. De acordo com o texto, é uma condição para que isso aconteça o(a)

A) participação direta periódica do cidadão.
B) debate livre e racional entre cidadãos e Estado.
C) interlocução entre os poderes governamentais.
D) eleição de lideranças políticas com mandatos temporários.
E) controle do poder político por cidadãos mais esclarecidos.

Gabarito: B

2 - (Enem/2018) A tribo não possui um rei, mas um chefe que não é chefe de Estado. O que significa isso? Simplesmente que o chefe não dispõe de nenhuma autoridade, de nenhum poder de coerção, de nenhum meio de dar uma ordem. O chefe não é um comandante, as pessoas da tribo não têm nenhum dever de obediência. O espaço da chefia não é o lugar do poder. Essencialmente encarregado de eliminar conflitos que podem surgir entre indivíduos, famílias e linhagens, o chefe só dispõe, para restabelecer a ordem e a concórdia, do prestígio que lhe reconhece a sociedade. Mas evidentemente prestígio não significa poder, e os meios que o chefe detém para realizar sua tarefa de pacificador limitam-se ao uso exclusivo da palavra.

CLASTRES, P. A sociedade contra o Estado. Rio de Janeiro. Francisco Alves, 1982 (adaptado).

O modelo político das sociedades discutidas no texto contrasta com o do Estado liberal burguês porque se baseia em:

A) Imposição ideológica e normas hierárquicas.
B) Determinação divina e soberania monárquica.
C) Intervenção consensual e autonomia comunitária.
D) Mediação jurídica e regras contratualistas.
E) Gestão coletiva e obrigações tributárias.

Gabarito: C

3 - (Enem/ 2019) No sistema capitalista, as muitas manifestações de crise criam condições que forçam a algum tipo de racionalização. Em geral, essas crises periódicas têm o efeito de expandir a capacidade produtiva e de renovar as condições de acumulação. Podemos conceber cada crise como uma mudança do processo de acumulação para um nível novo e superior.

HARVEY, D. A produção capitalista do espaço. São Paulo: Annablume, 2005 (adaptado).

A condição para a inclusão dos trabalhadores no novo processo produtivo descrito no texto é a

A) associação sindical.
B) participação eleitoral.
C) migração internacional.
D) qualificação profissional.
E) regulamentação funcional.

Gabarito: D

4 - (Enem/2020) O jovem que nasceu e cresceu sob a ditadura perdeu muitos contatos com a realidade e com a história como processo vivo. Mas conheceu em sua carne o que é a opressão e como a repressão institucional (às vezes inconsciente e definitiva, dentro da família, da escola etc.) é odiosa. Essa é uma riqueza ímpar. O potencial radical de um jovem — pobre, de pequena burguesia ou “rico” — que sofre prolongadamente uma experiência dessas, constitui um agente político valioso. Ele está “embalado” para rejeitar e combater a opressão sistemática e a repressão dissimulada, o que o converte em um ser político inconformista promissor.

FERNANDES, F. O dilema político dos jovens. In: Florestan Fernandes na constituinte: leituras para reforma política. São Paulo: Expressão Popular, 2014.

No contexto mencionado, Florestan Fernandes tematiza um efeito inesperado do exercício do poder político decorrente da

A) evolução histórica do conflito de gerações.
B) fragilidade moral das instituições públicas.
C) impossibilidade de realização do controle total.
D) legitimação ideológica do nacionalismo estatal.
E) restrição da oferta de oportunidades de educação.

Gabarito: C

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Redação Blog do EAD

Por Redação Blog do EAD

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